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5 April 2010

The man that...

The man who stare at goats: um filme irregular, com momentos fortes e muitas pontas soltas. Mas sem dúvida o elenco é de luxo e garante umas boas gargalhadas.
Gostei muito da "técnica dos olhos brilhantes". Vou tentar... :)

11 December 2009

Celda 211

Este filme de Daniel Monzón com um impressionante Luís Tosar como protagonista (Malamadre) passa-se numa prisão em Zamora. Tapei os olhos com as mãos (espreitando entre os dedos) apenas em dois ou três momentos, mas estive todo o filme agarrada à cadeira. Curiosamente, é um daqueles filmes que é ácido sem deixar de ser doce... Recomendo Celda 211

Comentário El País 11.12.2009 (A veces la vida te la mete doblada sin que te des cuenta. Basta un segundo para que el universo que cada cual se había montado para uso particular salte por los aires. Se acabó. Es entonces cuando de verdad uno se la juega... se ve del otro lado de la barrera.)

18 May 2008

Apenas 14 km...

14 km é a distância entre África e Espanha. Gerardo Olivares retrata no filme "14 kilometros" o longo caminho de três jovens de Níger para chegar a Espanha. Uns fogem da sua vida, outros saem à procura de mais. Arriscam a vida. Oferecem a sua dignidade em troca do sonho...
O filme não é brilhante (digamos que tem algumas ligações algo inverosímeis) mas é interessante e sinceramente vale a pena vê-lo para ter uma muito pequena noção do que muitas destas pessoas têm que passar e ultrapassar para chegar à Europa.

When your mind's made up

Inserido na "Semana de Cinema Europeu" aqui em Logroño estava incluído este filme irlandês de John Carney - "Once".
A história, passada em Dublin, junta duas personangens atípicas através da música: um cantor de rua que arranja aspiradores e uma imigrante da República Checa que limpa casas e vende rosas na rua. Uma história real contada ao estilo de cinema clássico romântico e com uma banda sonora a não perder. O actor principal - Glen Hansard - é também o autor da banda sonora. Ela (Marketa Irglova) também canta.
Podem ouvir a banda sonora aqui:

10 January 2008

Actual: três dias, três filmes

O festival "Actual - Escenario de Culturas Contemporaneas" é já uma referência em Logroño, cada início de ano.

Este ano o que mais me atraiu de todo o cartaz de actividades foi decisivamente o cinema. Os filmes foram exibidos na sua versão original e portanto, para meu contentamento, não vi os protagonistas chineses, iranianos, turcos ou alemães a falar em espanhol. As sessões decorreram no belíssimo Teatro Bretón de los Herreros, uma daquelas salas que nos transporta ao ambiente pomposo que em tempos passados se vivia numa noite de teatro. E por último, but not last, os filmes presentes na mostra eram todos representativos de diferentes vivências culturais contemporâneas.
Infelizmente algumas das sessões estavam já esgotadas quando tentei comprar bilhetes, mas em três dias, três filmes...
  • "Mil anos de Buenas Oraciones" do chinês Wayne Wang (Concha de Oro y Concha de Plata al Mejor Actor a Henry O en el festival de San Sebastian 2007).
  • "Al otro lado" do turco Fatih Akin (Mejor Guión en el Festival de Cannes, 2007). Sem dúvida o meu favorito.

"Buda explotó por vergüenza" da iraniana Hanna Markhmalbaf, com apenas 19 anos (Premio Especial del Jurado en el Festival de San Sebastian 2007). Triste, comovedor e em alguns momentos sufocante.

22 August 2007

How can I be the parent if I'm the kid?

Curioso filme sobre a busca da verdade.

25 May 2007

JUNEBUG

Sim, cá por vezes também há cinema em versão original, o que é motivo de grande felicidade para mim. :-)
Bem, Junebug é um filme de Phil Morrison sobre a vida no sul dos Estados Unidos. A trama passa-se na Carolina do Norte, em Plafftown, quando George e Madeleine (uma angariadora de arte) vão visitar a família dele na sua terra natal, a qual ele abandonou pela grande cidade de Chicago, no norte. O filme descreve com alguma piada a vida de uma família e de uma comunidade sulista e relembra-nos que desempenhamos na vida diferentes papéis, de acordo com quem "contracenamos" em determinado momento. A cunhada grávida de George e Madeleine é uma figura incontornável e deliciosa (o que valeu à actriz Amy Adams vários prémios). Vale a pena ver.

11 March 2007

Um remédio contra a cegueira?

Javier Bardem (quem não viu o filme “Mar Adentro?") estreia-se como produtor de um filme-documentário chamado “Os invisíveis” onde participam vários realizadores como Wim Wenders e Isabel Coixet (realizadora de “A minha vida sem mim” e “A vida secreta das palavras”). Em cinco histórias este filme tenta trazer à luz e dar voz aqueles que vivem no esquecimento, aos invisíveis da nossa sociedade…

9 March 2007

Uma verdade (mesmo muito) inconveniente

Vi o filme-documentário de Al Gore no dia da sua estreia em Portugal, há já uns meses. Voltei a vê-lo esta semana porque o repuseram, suponho que a propósito de ter sido reconhecido com a estatueta dourada de Hollywood. Tenho que dizer desde já que ouvir o Al Gore a falar em castelhano tem sempre o seu lado deprimente (por favor Espanha, deixa de dobrar os filmes!).
A primeira vez que vi o filme apanhei a mensagem global. Desta vez detive-me em alguns detalhes (não é sempre assim?). Continuo a reconhecer o grande valor pedagógico do filme. Isso ninguém pode tirar a Al Gore. O simples facto de através de explicações simples relacionar um conjunto de factores que na prática constituem uma teia de enorme complexidade, é um ponto favorável ao ex-próximo presidente dos estados unidos.
Por coincidência ou não, esta manhã recebo uma mensagem no meu mail que diz que segundo o Tenesee Center for Policy Research a maior mansão de Gore (às quais soma mais duas) localizada em Nashville, consome mais de 20 vezes electricidade que a média nacional americana. Primeira pergunta que me vem à cebeça: será que é uma informação que tem como objectivo único descredibilizar o "pastor do clima"? A seguir vêm as outras perguntas: Será mesmo verdade? E se for?
Não gosto de fazer avaliações precipitadas e acima de tudo injustas e, numa época em que não sabemos se estamos a ser informados ou manipulados, opto por ser extremamente céptica em relação a todas as fontes.
Mas será pior um Al Gore que asume uma posição de "pastor do clima" que também comete pecados mas que ainda acredita na reconversão das massas que um James Lovelock (autor da Teoria de Gaia e do recente livro "The Revenge of Gaia") que já nos faz antever a tostar nas chamas do inferno caso não se invista a sério na energia nuclear?
É verdade que nos detalhes de "Uma Verdade Inconveniente" que guardei na memória destacou-se o facto de que quase todos os "separadores" da conferência que Gore dá no filme, marcados pelas declarações pessoais, se passam em carros ou em aeroportos... Não acho que possa atirar "pedras" a Al Gore, quantos de nós poderão? Mas essas imagens marcam um statement: Al Gore parece acreditar que podemos manter o actual estilo de vida desde que compremos um carro híbrido ou instalemos lâmpadas de baixo consumo em casa. Mas será que o caminho actual para resolver o aquecimento global do planeta passa na realidade pelas lâmpadas que usamos na nossa casa?
É já reconhecido que para que as nossas sociedades se tornem mais eficientes/sustentáveis precisamos de reduzir o nosso consumo de recursos naturais e a produção de poluição em 90% ("factor 10") e isso custará alterações profundas na nossa forma de estar e acima de tudo implicará transformar a economia (ver este livro incontornável sobre o tema!). Ora bem, como eu vejo as coisas, a energia está na base de tudo o que "é" a nossa sociedadeeconomia (a fusão é intencional) actuais. Será que a alteração não tem mesmo de ser mais profunda desde já? Não andaremos a tentar curar uma perna partida com um penso rápido? E claro, neste contexto Al Gore é o vendedor de pensos rápidos.

8 March 2007

1 March 2007

Imperdível: A vida dos outros

Ou, noutros termos, Die Sonate vom Guten Menschen...O filme alemão do director Florian Henckel-Donnersmarck vale a pena. É mais um excelente retrato sobre a RDA, à semelhança do anterior "Goodbye Lenine".
"A vida dos outros" deixa, no entanto, um sabor mais doce, talvez porque depois de mais de duas horas de tensão há um sorriso inevitável que aparece na nossa expressão no último minuto do filme... Um surpreendente sorriso.
O filme centra-se no terrível (e por vezes ridiculamente cómico) sistema de observação/controlo de cidadãos, em particular dos "artistas intelectuais", existente na antiga Alemanha de leste. Ao ver o filme acompanhamos um agente da Stasi que é destacado para observar um casal - um escritor e uma actriz - e que acaba por ligar os destinos da sua própria vida à deles.
A história está muito bem montada, os actores são excelentes (em particular o principal, o agente da Stasi, Ulrich Mühe), é muito equilibrado e tem uma bonita banda sonora. Não acho que todos os prémios obtidos em festivais de cinema tenham sido ao acaso...
Página oficial do filme (em alemão)

(na imagem: arquivos da Stasi que foram tornados públicos após a queda do Muro)

27 February 2007

Maria Antonieta usaria sapatilhas "all stars"?

Bem, não tenho sido grande frequenadora das salas de cinema nos últimos tempos. Depois do Babel (que já comentei noutro post) vi o filme “Maria Antonieta” da Sofia Coppola. E gostei muito da relação que estabeleceu entre a música e a narrativa. Gostei, adorei, rever Versailles. Do ponto de vista histórico não posso tecer grandes comentários, por puro desconhecimento. Li, no entanto, que a Sofia tornou a Maria Antonieta numa personagem bem mais “agradável” do que terá sido na realidade…
O que na minha opinião é imperdoável (embora algo cómico) é que tenham posto umas sapatilhas “all stars” ao lado dos sapatos da época (numa das cenas de “loucura das compras” no palácio). Eu que sou distraída para detalhes reparei nisso, de tão evidente que é!

19 January 2007

A pesada digestão do filme Babel

Eu não vi os anteriores filmes do mexicano Alejandro González Iñarritu por já saber que são de tirar a respiração do início ao fim. Mas depois do que tinha lido sobre Babel não podia deixar de o ver. E fiquei sem ar do início ao fim. E estou a digerir as ideias do filme desde então...

O filme é impressionante desde logo pelas quatro histórias narradas, tão aparentemente dispares e, no fundo, tão bem cozidas com um fio cheio de sentido. Esse fio condutor das histórias parece ser o medo de perder aqueles que amamos. O casal americano que viaja a Marrocos para tentar recuperar a perda recente de um filho. A ama mexicana que embarca numa insensata viajem ao México com as duas crianças americanas para ir ao casamento de um filho. O pai marroquino que dá aos filhos adolescentes uma arma de fogo para defenderem o seu sustento (as cabras) dos chacais, e que acaba por ter outras consequências. O pai japonês que lida com uma filha adolescente descontrolada pela perda da mãe. Mas as relações entre as quatro histórias não ficam por aqui.

O filme explora ainda os contrastes de culturas, os limites da humanidade e os preconceitos.
Uns têm tudo o que é material mas estão vazios por dentro (como o pai e filha no Japão) e outros sem nada mas cuja vida faz sentido para si (a família marroquina).
Os americanos são (criticamente) mostrados como eternas vitimas dos terroristas. Os mexicanos como delinquentes. Os islâmicos como terroristas. Os japoneses como alheados e infelizes.

E no fim, como dizia Javier Cercas na EPS, tudo é como é: "os pobres perdem sempre enquanto os ricos só perdem quando tudo está perdido". E isso é difícil de digerir.