13 November 2006

A Saúde em Espanha: o que podemos aprender?

A semana passada, por valente azar, tive que experimentar o serviço de saúde espanhol. Não como paciente mas como assustada espectadora. Fiquei absolutamente impressionada com a rapidez e eficácia do sistema. Depois de uma chamada do 112 rapidamente atendida com aconselhamento directo pelo médico, foi necessário que uma equipa se deslocasse aqui a casa. Como a situação estava já controlada a médica disse que iria demorar um pouco: em cerca de meia hora chegou acompanhada de uma enfermeira. Depois de alguns testes básicos e um diagnóstico normal acharam, no entanto, que seria mais prudente que houvesse um atendimento directo nas urgências. Chamaram uma ambulância através do 112. Em menos de 15 minutos chegou a dita. Depois da entrada nas urgências fui remetida à sala de espera, onde aguardei calmamente (mais ou menos...) que me chamassem para me dar novidades, como me tinham explicado que fariam quando fiz o registo do paciente. Ao fim de algum tempo a médica chamou-me para explicar o que se estava a passar. Depois do período inicial de exames, já na fase de "observações", voltei a ser chamada e pude entrar alguns minutos. As salas de observações são locais calmos, onde os doentes estão instalados com comodidade e com alguma privacidade. Todos os exames foram efectuados e o diagnóstico bom. Voltamos a casa. Não pagamos um único cêntimo por nada.
Nas regulares consultas médicas no centro de saúde é igual. Marcam-se para a mesma semana, não é preciso esperar no "guichet" para dar entrada ou pagar, entra-se directamente para a sala de espera e é-se chamado na hora marcada.
A saúde em Espanha tem destas coisas inacreditáveis: não pagam (mais do que nos impostos) e ainda por cima funciona! Como conseguirão?
E não creiam que este é um comentário de uma inexperiente no sistema de saúde português: eu vou militantemente ao centro de saúde (onde uso o "livro amarelo" sempre que necessário) e infelizmente conheço bem alguns hospitais desde as urgências às UCI... Só vos digo: a saúde em Portugal precisa de ir ao médico! (mas aqui em Espanha, senão...)

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