13 November 2006

Será que o meu dinheiro tem ido para aqui?


Esta é uma espécie de continuação de um post anterior no qual eu perguntava "Para onde vai o meu dinheiro?". Encontrei a informação seguinte num artigo publicado esta semana no Diário Económico sobre a situação da corrupção em Portugal e deitei-me a pensar: "será que...?". Escusado será dizer que tive pesadelos.
"Entre Janeiro de 2005 e Outubro deste ano, o Ministério Público abriu mais de oito mil inquéritos relativos a indícios de fraudes, corrupção, branqueamento de capitais, crimes fiscais e infracções de tecnologias informáticas. Os fundos movimentados pela economia paralela poderão envolver cerca de 9% do PIB.
A média é de 13 inquéritos por dia, incluindo fins-de-semana, feriados e dias santos. No relatório de segurança interna de 2005 há uma referência, com origem nos Serviços de Informações da República, segundo a qual a criminalidade económica e financeira se “consolidou” em Portugal."
"(…) Dos inquéritos em investigação na PJ, mais de 42% dizem respeito a indícios de corrupção na Administração Local. Este parece ser o campo por excelência da promiscuidade entre partidos e dirigentes políticos, urbanismo, negócios imobiliários e campanhas eleitorais. Em Agosto de 2005, o vice-presidente da Câmara do Porto, Paulo Morais, declarou que o urbanismo é, em grande número de câmaras, “a forma mais encapotada e sub-reptícia de transferir bens públicos para a mão de privados”. Paulo Morais não entrou na lista seguinte para a Câmara do Porto."

"(…) O director de programas mundiais do Banco Mundial, Daniel Kaufman, defendeu em Setembro do ano passado que o desenvolvimento português tem vindo a ser travado pela corrupção e que, controlando a corrupção, Portugal podia estar ao nível de desenvolvimento da Finlândia, o país europeu com maior nível de confiança nas instituições. Mas a corrupção e demais criminalidade económica e financeira, ao que tudo indica, tem andado fora de controlo."

http://diarioeconomico.sapo.pt

3 comments:

m:p said...

Hummm...
Cheira-me que a economia paralela das feiras deve ser ínfima quando comparada com a "outra" economia paralela...

m:p said...

Estou de acordo contigo Elsa. Mas a questão é como se atinge isso com a rapidez necessária para que o país avance como urge?
Acho que a solução de instituir a economia paralela absoluta sugerida pelo Luciano provavelmente resultaria pois nós, os portugueses, gostamos de "furar" o sistema :-)
bjinhos

m:p said...

"¿Quién corrompe a los países corruptos?", se preguntaba ayer el presidente de la Fundación Ortega y Gasset, Antonio Garrigues Walker, en la presentación del Indice de Fuentes de Soborno 2006 elaborado por Transparencia Internacional, una ONG dedicada a combatir el cohecho globalmente. "Es un círculo vicioso", comentó Garrigues. "Por un lado están los países más corruptos y por otro los que más corrompen", explicó. Para ilustrarlo, un dato. Transparencia Internacional cifra en 400.000 millones de dólares (unos 315.000 millones de euros) la suma total de sobornos que las empresas realizaron mundialmente en 2005.

Los sectores donde se localizó el mayor número de pagos irregulares fueron "la construcción, las industrias extractivas y el mercado armamentístico", destacó el catedrático de Ciencias Políticas de la Universidad Rey Juan Carlos, Manuel Villoria.