28 March 2007

Directamente da Guatemala

Ola amigos, isto vai ser mais ou menos curto. Guatemala e um pais belissimo. Muito pobre e muito rico, em simultaneo. Com gente de uma grande bondade, mas que e explorada ate aos ossos. Um dos condutores de autocarro que nos trouxe trabalha 7 dias por semana, das 6 da manha as 9 da noite. E sabe que se se queixa ha quatro mais na fila para lhe tomar o lugar. E um indigena puro, desse 60% da populaçao guatemalteca que e diariamente explorada pelos chamados "mestiços". Aprendi com ele a dizer bom dia em quiché (scritch é como se diz). Temos algumas boa aventuras: subida ao Pacaya e ver lava a escorrer do vulcao a 100 metros de distancia, explorar todas as pedrinhas de Tikal, um dos maiores templos Maia, onde chegaram a viver mais de 100.000 pessoas e o passeio no mercado de Flores, onde se vende literalmente de tudo: almas, corpos, frutas e ferramentas... Antigua, onde estivemos nos primeiros dias é um encanto de cidade. Sentia-se uma grande actividade pela aproximaçao da pascoa.
O que mais me marcou até agora? A beleza das mulheres com os seus trajes tipicos. Mulheres bonitas mas com uma vida muito dura. Muitas descalças, muitas muito velhinhas.... Mas todas muito bonitas.

21 March 2007

Dia Internacional contra o Racismo

O calendário de hoje marca este dia. Coincidência ou não, é o dia em que provei a "folhinha de hortelã". Aquela do "sentido da Vida", dos Monthy Pithon, que provoca uma explosão...

O racismo hoje, ou para dizer mais correctamente, a xenofobia, expressa-se mesmo de formas muito subtis. E ser português em Espanha não é fácil. Isso já provaram na pele vários trabalhadores da construção civil e provo também eu, em dias como hoje.

Sem título

Papel, acrílico e látex.

Voo em seis partes



Quadradinhos de tela colada em madeira (12x9 cm), acrílico e látex.


Hoje continua a nevar III ou onde está a Primavera?

E assim é recebida a primavera em Logroño. Começou a nevar há três dias: o primeiro tímido, ontem a desafiar e hoje ainda sem parar. Esta manhã era esta a vista da nossa janela...

20 March 2007

Quem toma as minhas duas embalagens?

Segundo uma notícia do Público, os portugueses gastaram no ano passado mais de 80 milhões de euros em comprimidos sedativos, hipnóticos e para a ansiedade. Consomem anualmente 20 milhões de embalagens deste tipo de comprimidos, o que dá uma média de duas embalagens por cada português...Teresa Paiva, neurologista e especialista em distúrbios de sono, comenta: "Está-se a viver uma loucura de vida em Portugal. As pessoas deixaram de ter hábitos minimamente aceitáveis de dormir e têm sempre mais compromissos do que deviam ter, mesmo financeiros e desenvolvem quadros de ansiedade muito grandes".

Os poços de neve devem estar cheios

Noutros tempos da vida em Logroño estas neves encheriam os poços de neve nas montanhas e os citadinos poderiam - em troca de custos consideráveis - ter alguns luxos, como a neve...

Hoje nevou II


19 March 2007

Urge sair do quadrado

Em tela e acrílico, recorrendo a um usado cartão multibanco
Formato: 46X27 cm

Hoje nevou em Logroño


Turn on the light

Acrílico, carvão e pastel de óleo em tela.
Formato: 34X24 cm

The bioDIVERSITY CODE


Somos homens e mulheres de milho

"Explica la cultura maya que el mundo fue creado, destruido y recreado en varias ocasiones. Los dioses crearon al hombre primero de barro, después de madera y finalmente de maíz. Actualmente vivimos en el mismo tiempo o ciclo cósmico en el que vivieron los mayas, los hijos del maíz, tiempo que se inició el 13 de Agosto del 3114 a.C (según nuestro calendario) y que acabará -para dar lugar a un nuevo ciclo- el 23 de diciembre de 2012..."(continua aqui)

17 March 2007

De uma cidade devem conhecer-se...

Guillermo Fadanelli disse: "De uma cidade devem conhecer-se os seus mercados e os seus cemitérios. O resto é turismo."
Se assim for, o que dirá esta imagem sobre Logroño?







(Foto: Ramón Ruiz, no Mercado de Abastos de Logroño, 2007)

Brincar com as palavras II


Brincar com as palavras I


La Rioja Tierra Abierta

La Rioja Tierra Abierta é uma inciativa do governo regional para dar a conhecer aos residentes e visitantes algumas das relíquias do patrimonio de Logroño. Esta imagem foi tirada na torre norte da igreja "La Redonda", onde além da magnífica vista sobre a cidade pudemos entrar na intimidade das cegonhas que ali nidificam...

(Foto: Ramón Ruiz)

G: a contagem final

Os dias passam, o entusiasmo cresce. A viagem à Guatemala está agora mais próxima. O que nos esperará? Daqui a uma semana espero estar a subir a ao Pacaya ou a passear em Antigua...

12 March 2007

Não é tão fácil quanto parece

Asimismo, Cuando menos, Tras, Es decir, Además, Ante, Pero, Sobre todo, Antes que nada, En realidad, Ese momento, Aunque, Ni siquiera, Al final, Supuestamente, Mientras, En cualquier caso, A pesar, La idea es, Acudir, Buscar, Cumplir, Repasar, Asignar…ando a praticar :)
Em Maio vou submeter-me à prova oficial para atestar o meu domínio da língua castelhana (nível intermédio).

A verdade é que se no início me inibia de falar agora comecei a soltar a língua e não tarda nada “hablaré como una cotorra” (como uma gralha…). Bem sei que cometo ainda erros, bastantes, principalmente porque em algumas situações o mais frequente é pensar em português e traduzir para o castelhano, estratégia totalmente falaciosa…

O relógio da vida

Imaginando que a vida da Terra até agora se resumia a um período de 12 horas, com a sua formação no momento 0:00:00h, o Homo Sapiens terá surgido na superfície da Terra às 11:59:59h.

1 hora = 383.000.000 anos
1 minuto = 6.300.000 anos
1 segundo = 106.000 anos

11 March 2007

A arte do desprezo

Ao que parece há um dito que atesta que "o pecado nacional dos espanhóis é a inveja". Mas Javier Cercas acrescenta uma nova perspectiva, com a qual concordo pelo que por cá vou vendo e ouvindo: o pecado nacional dos espanhóis não é a inveja, mas sim o desprezo, principalmente pela excelência.
O exemplo que Javier Cercas utiliza e que ilustra perfeitamente esta ideia é o seguinte. Quem tem inveja gostaria de ter escrito as 1.200 páginas do Quixote. Quem despreza diz "Pues chico, yo he leído 30 páginas del Quijote y nos es para tanto"...

E realmente os espanhóis (em geral) parecem não saber dizer que algo está bem feito. Recebem, guardam e não agradecem, muito menos comentam "gostei muito", partem logo para o tema seguinte... Outro exemplo no qual noto este "desprezo" é quando alguém se esforça por pronunciar uma palavra numa lingua como o inglês ou o francês sem lhe dar aquele toque tão típico como incompreensível de castelhano. Se alguém o faz bem feito é inclusivé apelidado de "este tem a mania" (as palavras que usam são outras mas eu mantenho-me por estas bem mais leves). Coisas dos nossos vizinhos...

As viagens na velha Ibéria

"(...) Se tal vier a acontecer, a única conclusão lógica a extrair de tudo quanto se viu até agora, é que, afinal, a viagem não valeu a pena. O que, por outro lado, seria, ou será, uma maneira demasiado simplificada de encarar a questão, pois nenhuma viagem é ela só, cada viagem contém uma pluralidade de viagens, e se, aparentemente, uma delas parece apresentar tão pouco sentido que nos sentimos obrigados a sentenciar, Não valeu a pena, mandaria o senso comum, se por preconceito ou por preguiça não o obliterrássemos tantas vezes, que verificássemos se as viagens de que aquela foi conteúdo ou continente não serão valiosas bastante para terem, afinal, valido a pena e as penas."

“O mundo está cheio de coincidências, e se uma certa coisa não coincide com outra que lhe esteja próxima, não neguemos por isso as coincidências, só quer dizer que a coisa coincidente não está à vista. No exacto instante em que os viajantes se debruçavam para o mar a península parou. Ninguém ali deu pelo que sucedera…”.

"O homem põe, o cão dispõe, tanto vale este ditado novíssimo como o antigo, algum nome teremos que dar a quem em instância final decide, nem sempre o dos despachos é Deus, como em geral se acredita."

(José Saramago, A Jangada de Pedra)

Um remédio contra a cegueira?

Javier Bardem (quem não viu o filme “Mar Adentro?") estreia-se como produtor de um filme-documentário chamado “Os invisíveis” onde participam vários realizadores como Wim Wenders e Isabel Coixet (realizadora de “A minha vida sem mim” e “A vida secreta das palavras”). Em cinco histórias este filme tenta trazer à luz e dar voz aqueles que vivem no esquecimento, aos invisíveis da nossa sociedade…

De campesino a "foodball"

Tenho evitado falar de objectos de consumo na Garzeta, porque ando a buscar uma vida mais simples e menos dependente. No entanto, os que me conhecem bem sabem que nutro uma paixão por sapatos Camper. Esses objectos de desejo que se vendem aos pares seduziram-me há já alguns anos pela ousadia do assimétrico, das cores e, acima de tudo, pelo conforto. Todos os anos, em cada estação, faço uma rota pelas sapatarias onde os vendem para ver as novidades e fazer algumas provas :) . Não conhecia, no entanto, a história da empresa, apesar de saber já que é de Maiorca e que tem modelos feitos com materiais reciclados (como solas de pneu, por exemplo).
Li recentemente que a Camper nasceu em 1877, tem portanto 130 anos. Nessa altura não tinha esse nome mas produzia sapatos pelas mãos de um prodigioso artesão (Antonio Fluxà) que decidiu investir na mecanização de alguns processos. O nome Camper (que significa campesino no catalão das Baleares) surge em 1975, quando um neto de Fluxà herda a empresa. Segundo a lenda afirmou-se desde essa altura como uma empresa inovadora, criativa, ambientalmente responsável. Têm 130 lojas próprias no mundo. Recentemente abriram mais uma em Barcelona e estrearam-se em Londres, Paris e Berlim. Estas são mais que lojas, são projectos de interiorismo que a Camper desenvolveu ao criar parcerias com criativos da área do design. A loja de Berlim, por exemplo, foi concebida por uma dupla brasileira que decorou as paredes com camadas de coloridas provas da gráfica de anúncios publicitários (resíduos, portanto). Os clientes e visitantes podem rasgar as paredes para criar os seus espaços próprios.
Além dos sapatos a Camper entrou também no mercado hoteleiro com a primeira "Casa Camper" em Barcelona, no famoso bairro de Raval, e na área da restauração com os FoodBall (de construção ecológica e com comida biológica) em Barcela e Berlim.

A vida consiste em ir sofrendo baixas

Todos conhecemos em maior ou menor grau a triste sensação de descobrir que algo – nem que seja sem importância – mudou numa cidade que tínhamos visitado antes, no local onde vivemos a nossa infância… Sentimos estas mudanças como um atentado contra a nossa ordem e a nossa memória pessoal do local. E o que dizer das pessoas? Ao longo da vida vamo-nos apercebendo que a vida consiste, em grande parte, em ir sofrendo baixas à nossa volta, perder o rumo temporariamente, para logo voltar ao caminho com aqueles que ainda nos rodeiam.

(Traduzido e adaptado de “Los que aún están” de Javier Marias, EPS 1584)

Nada mais, tudo isto

“A cabeça dos seres humanos nem sempre está completamente de acordo com o mundo em que vivem, há pessoas que têm dificuldade em ajustar-se à realidade dos factos, no fundo não passam de espíritos débeis e confusos que usam as palavras, às vezes habilmente, para justificar a sua cobardia”

“Um estado organizado não pode perder uma batalha destas [referindo-se a uma percentagem vencedora de votos em branco (83%) nas eleições legislativas no circulo eleitoral da capital], seria o fim do mundo, Ou o começo de outro”

“A declaração do estado de excepção não havia produzido qualquer efeito perceptível no sentido desejado, porquanto, não tendo os cidadão deste país o saudável costume de exigir o regulamentar cumprimento dos direitos que a constituição lhes outorgava, era lógico, era mesmo natural que não tivessem chegado a dar-se conta que lhos haviam suspendido”

(José Saramago, Ensaio sobre a Lucidez)
(Foto: Ramón Ruiz)

Para não trocar gato por lebre…

…não há nada como fazer um curso de identificação de rastos de mamíferos. Pois bem, o dito aconteceu no sábado no Parque Natural Sierra de Cebollera, no sul da comunidade de La Rioja. Este maciço montanhoso com fortes marcas do período glaciar tem alguns picos acima dos 2000 metros em cujas encostas as águas deslizam ordeiramente para o Douro, que depois há-de alimentar terras portuguesas.
Este curso trouxe-me um sentimento de regresso ao passado, aos tempos em que eu fazia um trabalho mais puro de bióloga, há já mais de 10 anos…
Depois de duas horas numa sala escura e fria a ver slides de pegadas de lobo, raposa, cão, lontra, toirão, veado, corço… Foi finalmente a altura de sair para o terreno, para a serra, na tentativa de cumprir a carga genética que ainda carregamos, ainda que bem camuflada: a caça ao bicho. Mas os tempos são outros e acabamos por identificar uma “auto-estrada de texugos” (simplesmente um local onde se viam muitas pegadas deste animal!) e foi-nos projectada uma imagem de tempos passados, nada distantes, em que ainda havia nevava nesta serra nesta altura do ano, um substrato muito bom para as pegadas. Ao que parece, a atestar pelos testemunhos dos locais, este ano o Inverno cá foi o equivalente a umas “férias no Caribe” (sic). Na verdade a neve na serra que vi na serra resume-se a umas tímidas bolsas de gelo. É caso para dizer: sinais do tempo…

9 March 2007

Antes da pimenta, um pouco de sal

As salinas que por estas áreas predominam são as de diápiros salinos ou salinas de manancial (de interior). Mesmo aqui ao lado, estão as mais importantes de Espanha: as Salinas de Añana na província de Álava (declaradas monumento histórico) e as de Pozas de la Sal, na província de Burgos. Nestes locais as águas dissolvem os terrenos salinos por onde passam e ao vir à superfície carregam consigo os sais que as tornaram tão importantes desde tempos muito remotos. Além do valor geológico, ambas estas zonas são hoje em dia ricas em património histórico, cultural e construído, que lhes foram facilitadas pelos poderes misteriosos da combinação entre os solos e a água.
As salinas de Añana são surpreendentes. Estão infelizmente num estado de elevada degradação, apesar dos esforços que estão a ser feitos para a sua recuperação (obrigatoriamente artesanal). Ao olhar para aquele pequeno vale vemos um complexo sistema de aquedutos e conduções de madeira de origem romana que levam a água para tabuleiros de madeira. Toda a estrutura é feita exclusivamente em madeira e pedra. Não há um único elemento ferroso.
As salinas de Pozas de la Sal – onde fizemos um belíssimo percurso de seis quilómetros que une as salinas aos antigos armazéns de sal – são exploradas desde o neolítico. A montanha está perfurada com pequenas balsas onde se conduzia a água até às “eras”, onde decorria a evaporação final da água. Uma nota à parte, em jeito de curiosidade: o naturalista espanhol Félix Rodrigues de la Fuente nasceu nesta povoação, Pozas de la Sal.

(Foto nas Salinas de Añana: Ramón Ruiz)

Engolir a chave

Às vezes arrependo-me de não ser mais transparente e dizer abertamente o que penso em relação a muitas situações que observo e vivo na nossa vida política e "vida em comunidade". Dizê-lo em conferências de modo aberto (se as coisas se passam porque não podem ser ditas?), escrevê-lo (e escritas?). Tenho sido sempre moderada embora por vezes a vontade de dizer algumas coisas me sufoque. Será cobardia? Sensatez? A convicção de que ninguém sabe tudo e muito menos tudo faz pelo melhor fim? Estarei a deixar de acreditar na mudança? Terei engolido a chave do cofre das minhas memórias?

(foto: Ramón Ruiz)

Uma verdade (mesmo muito) inconveniente

Vi o filme-documentário de Al Gore no dia da sua estreia em Portugal, há já uns meses. Voltei a vê-lo esta semana porque o repuseram, suponho que a propósito de ter sido reconhecido com a estatueta dourada de Hollywood. Tenho que dizer desde já que ouvir o Al Gore a falar em castelhano tem sempre o seu lado deprimente (por favor Espanha, deixa de dobrar os filmes!).
A primeira vez que vi o filme apanhei a mensagem global. Desta vez detive-me em alguns detalhes (não é sempre assim?). Continuo a reconhecer o grande valor pedagógico do filme. Isso ninguém pode tirar a Al Gore. O simples facto de através de explicações simples relacionar um conjunto de factores que na prática constituem uma teia de enorme complexidade, é um ponto favorável ao ex-próximo presidente dos estados unidos.
Por coincidência ou não, esta manhã recebo uma mensagem no meu mail que diz que segundo o Tenesee Center for Policy Research a maior mansão de Gore (às quais soma mais duas) localizada em Nashville, consome mais de 20 vezes electricidade que a média nacional americana. Primeira pergunta que me vem à cebeça: será que é uma informação que tem como objectivo único descredibilizar o "pastor do clima"? A seguir vêm as outras perguntas: Será mesmo verdade? E se for?
Não gosto de fazer avaliações precipitadas e acima de tudo injustas e, numa época em que não sabemos se estamos a ser informados ou manipulados, opto por ser extremamente céptica em relação a todas as fontes.
Mas será pior um Al Gore que asume uma posição de "pastor do clima" que também comete pecados mas que ainda acredita na reconversão das massas que um James Lovelock (autor da Teoria de Gaia e do recente livro "The Revenge of Gaia") que já nos faz antever a tostar nas chamas do inferno caso não se invista a sério na energia nuclear?
É verdade que nos detalhes de "Uma Verdade Inconveniente" que guardei na memória destacou-se o facto de que quase todos os "separadores" da conferência que Gore dá no filme, marcados pelas declarações pessoais, se passam em carros ou em aeroportos... Não acho que possa atirar "pedras" a Al Gore, quantos de nós poderão? Mas essas imagens marcam um statement: Al Gore parece acreditar que podemos manter o actual estilo de vida desde que compremos um carro híbrido ou instalemos lâmpadas de baixo consumo em casa. Mas será que o caminho actual para resolver o aquecimento global do planeta passa na realidade pelas lâmpadas que usamos na nossa casa?
É já reconhecido que para que as nossas sociedades se tornem mais eficientes/sustentáveis precisamos de reduzir o nosso consumo de recursos naturais e a produção de poluição em 90% ("factor 10") e isso custará alterações profundas na nossa forma de estar e acima de tudo implicará transformar a economia (ver este livro incontornável sobre o tema!). Ora bem, como eu vejo as coisas, a energia está na base de tudo o que "é" a nossa sociedadeeconomia (a fusão é intencional) actuais. Será que a alteração não tem mesmo de ser mais profunda desde já? Não andaremos a tentar curar uma perna partida com um penso rápido? E claro, neste contexto Al Gore é o vendedor de pensos rápidos.

Prova de vinhos

Estou a tornar-me uma perita na matéria. À custa de viver numa comunidade como esta, onde os vinhos são o produto de marca, acabaria por acontecer mais cedo ou mais tarde...
Em Janeiro fiz um curso de "Cata de Vinos" onde se aprendem as ténicas para aprender a saborear e distinguir os aromas, sabores e características de cada vinho. Aprende-se desde logo a distinguir o básico: vinhos jovens, vinhos envelhecidos em barrica (crianza), vinhos reserva e os grandes reservas. Aprendi nestas 4 horas de curso a reconhecer que sobre os vinhos de boa qualidade não devemos dizer que são "bons" ou "maus", mas sim que "gostamos" ou "não gostamos".
Ontem foi o dia da apresentação da "Cosecha 2006". No fantástico espaço do Riojafórum várias "bodegas" apresentaram os seus vinhos jovens e também os crianza e reservas... Na entrada compra-se un catavinos (por acaso de modelo distinto deste, que é o modelo oficial) e depois é partir para os vários stands e provar... até não poder mais de tão confusas que ficam as papilas gustativas. E reparem que falo de provar. Não de beber...

8 March 2007

Outra experiência com quadrados

Em cartão e acrílico bastante diluído.
Formato: 32X20cm

Terminei este ontem

Acrílico e látex em tela
Formato: 40X80 cm

Tanto por conhecer...


Vista de camarote para o eclipse lunar de domingo


(Fotografia: Ramón Ruiz)

Dados lançados


Quero revê-lo


3 March 2007

Verde, muito verde

Segundo um estudo divulgado ontem da revista Consumer-Eroski, o número de metros quadrados de área verde por habitante nas principais cidades espanholas é liderado por Pamplona (26) e por Vitória (23,4). A seguir surge Logroño.
A cidade de Logroño tem 16,7 m2 de superfície verde por habitante, apesar de a qualidade destes espaços não ser elevada. É alias, segundo o estudo, de qualidade "aceitável" (a média total dos espaços analisados é "boa"). A informação ao utilizador é classificada como "regular" (a média total dos espaços analisados é "boa") e a limpeza e manutenção como "boa".
(Na fotografia: Parque de S. Miguel, Logroño)

Casa de las Asociaciones de Logroño

Inaugurada ontem. 800 metros quadrados de área útil. Escritórios, salas de reuniões, auditório, salas de trabalho (com computadores, fotocopiadora, equipamento para acabamentos de encadernações), caixas de correio... Um espaço invejável para a maioria das associações neste e noutros países. O Ayuntamiento de Logroño fê-lo bem. Agora vamos ver se terá a mesma capacidade para manter o espaço com a dinamização que lhe garanta a vida que merece e para a qual está preparado. Câmaras Municipais portuguesas: ponham os olhinhos nisto por favor. Mais informação

1 March 2007

Coisas antigas...


Imperdível: A vida dos outros

Ou, noutros termos, Die Sonate vom Guten Menschen...O filme alemão do director Florian Henckel-Donnersmarck vale a pena. É mais um excelente retrato sobre a RDA, à semelhança do anterior "Goodbye Lenine".
"A vida dos outros" deixa, no entanto, um sabor mais doce, talvez porque depois de mais de duas horas de tensão há um sorriso inevitável que aparece na nossa expressão no último minuto do filme... Um surpreendente sorriso.
O filme centra-se no terrível (e por vezes ridiculamente cómico) sistema de observação/controlo de cidadãos, em particular dos "artistas intelectuais", existente na antiga Alemanha de leste. Ao ver o filme acompanhamos um agente da Stasi que é destacado para observar um casal - um escritor e uma actriz - e que acaba por ligar os destinos da sua própria vida à deles.
A história está muito bem montada, os actores são excelentes (em particular o principal, o agente da Stasi, Ulrich Mühe), é muito equilibrado e tem uma bonita banda sonora. Não acho que todos os prémios obtidos em festivais de cinema tenham sido ao acaso...
Página oficial do filme (em alemão)

(na imagem: arquivos da Stasi que foram tornados públicos após a queda do Muro)