11 March 2007

Para não trocar gato por lebre…

…não há nada como fazer um curso de identificação de rastos de mamíferos. Pois bem, o dito aconteceu no sábado no Parque Natural Sierra de Cebollera, no sul da comunidade de La Rioja. Este maciço montanhoso com fortes marcas do período glaciar tem alguns picos acima dos 2000 metros em cujas encostas as águas deslizam ordeiramente para o Douro, que depois há-de alimentar terras portuguesas.
Este curso trouxe-me um sentimento de regresso ao passado, aos tempos em que eu fazia um trabalho mais puro de bióloga, há já mais de 10 anos…
Depois de duas horas numa sala escura e fria a ver slides de pegadas de lobo, raposa, cão, lontra, toirão, veado, corço… Foi finalmente a altura de sair para o terreno, para a serra, na tentativa de cumprir a carga genética que ainda carregamos, ainda que bem camuflada: a caça ao bicho. Mas os tempos são outros e acabamos por identificar uma “auto-estrada de texugos” (simplesmente um local onde se viam muitas pegadas deste animal!) e foi-nos projectada uma imagem de tempos passados, nada distantes, em que ainda havia nevava nesta serra nesta altura do ano, um substrato muito bom para as pegadas. Ao que parece, a atestar pelos testemunhos dos locais, este ano o Inverno cá foi o equivalente a umas “férias no Caribe” (sic). Na verdade a neve na serra que vi na serra resume-se a umas tímidas bolsas de gelo. É caso para dizer: sinais do tempo…

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