Ao que parece há um dito que atesta que "o pecado nacional dos espanhóis é a inveja". Mas Javier Cercas acrescenta uma nova perspectiva, com a qual concordo pelo que por cá vou vendo e ouvindo: o pecado nacional dos espanhóis não é a inveja, mas sim o desprezo, principalmente pela excelência.
O exemplo que Javier Cercas utiliza e que ilustra perfeitamente esta ideia é o seguinte. Quem tem inveja gostaria de ter escrito as 1.200 páginas do Quixote. Quem despreza diz "Pues chico, yo he leído 30 páginas del Quijote y nos es para tanto"...
E realmente os espanhóis (em geral) parecem não saber dizer que algo está bem feito. Recebem, guardam e não agradecem, muito menos comentam "gostei muito", partem logo para o tema seguinte... Outro exemplo no qual noto este "desprezo" é quando alguém se esforça por pronunciar uma palavra numa lingua como o inglês ou o francês sem lhe dar aquele toque tão típico como incompreensível de castelhano. Se alguém o faz bem feito é inclusivé apelidado de "este tem a mania" (as palavras que usam são outras mas eu mantenho-me por estas bem mais leves). Coisas dos nossos vizinhos...
11 March 2007
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